Amèlie Polain
Os seus olhos não são de cristal para que estilhassem
Em mil pedaços numa sala com chão de mármore.
Há ,certamente, um franqueza que transpõe as pupilas.
E se olhar no fundo delas,bem no fundo,
Onde você se esconde, descobrirá a própria lira
Deitada num jornal sem data e imundo
Pela sujeira do tempo tão escasso.
Os seus olhos não são de cristal,decerto...
Tampouco os seus ossos de aço.
Porém sua alma é um poema disperso
Nas flores do mês de março.