[O Inevitável Exercício de Ser...]
[Para punir-me, é fácil: é só eu me reler]
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A mente,
o corpo...
o silêncio,
o desejo...
e a promessa: ela!
Mas sobre o abismo,
a ponte-palavra,
ou a palavra-ponte,
é uma fala muda —
esgota-se em nada...
Depois...
os dias brancos,
a chuva lenta,
a primavera, o verão,
a distância outonal,
o inverno,
a espera... nada!
E contra o teto surdo,
o meu olhar apenas
prega este inevitável
exercício de ser... só!
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[Triste Desterro, 14 de dezembro de 2004]