Por que choram as mães?...

Atinar no tempo

A voz que entre os dentes

Não consegue mais dizer,

Que entre mim e você,

Há um imenso abismo.

Poderia ser ponderável,

Se não fosse trágico.

Pois morrer sem intender,

Qual o nosso sentido na vida.

É o mesmo que lutar pela liberdade

E se sentir oprimido.

Mais do que ferida,

Deleita-se em dores,

Que não são de amores...

Quando do colo nu,

Sentem seus filhos desencaminhados,

Definhando paulatinamente,

Entre grades, vícios e aquela sensação

De indignidade.

Por causa de uma Democracia,

Que nunca primou pela coletividade.

Contudo, Bendito és tu mãe,

Que mesmo amealhada pela miséria ainda vive o furor,

De um sonho nessa realidade,

Pois que aquelas que já passaram da inocência na cidade...

Sem qualquer patriotismo,

Vivem amargas,

Vivem mais por necessidade.

Mãe da liberdade

Se de mim,

Pelo amor ao ser;

Pela esperança de ter;

Pelo sonho forjado,

Nas entranhas da dor e das lágrimas,

Vir ao mundo o filho.

Não posso dizer-me infeliz.

Mesmo que a obra

No futuro, acorde a lei sob desobediência.

Se de mim,

Em nome do amor nascestes;

Não podes ter o destino destituído da cura,

Das minhas tristezas e da perpetuação da espécie.

Se de mim o filho,

Lutar pela liberdade,

Serei da Democracia a maior cidade.