Delírios de Amor
No entardecer tuas pétalas
Se abrem sobre o meu jardim
Vejo-te nua vestida de Querubim
A mostrar-me os becos do céu
As deusas se curvam
Ao teu poder de seduzir
Escrevendo poemas nos meus seios
Com a língua, teu pincel
E ficamos loucas a voar
Entre músicas, livros,
Rio, árvores, mar
Deitamo-nos sobre as nuvens
Manchadas com o pólen
Raro e delicioso mel
Que escorre do nosso amor
E fecunda toda aridez
Que a saudade revela
Onde mais nenhuma rosa brotou
Por inveja da flor mais bela.