Silencio por silencio
talvez eu pereça essa noite nas rachaduras do tempo escrito no relógio,
nas desavenças de um dia simples,
dispa o triunfo de uma veste que encarna o nu de um silencio
talvez eu seja um lobo infiltrado, à bordo de um dia de chuva,
entrando e saindo dos portões, com pressa de preencher o vazio das horas.
talvez uma desagregadora,
sem batom ou salto alto que alicerce um eu
lotada para um aceno,
na fachada de um prédio que desaba, com uma alma dentro.
talvez eu caia no conforto de meus ais, pedindo paz.
e os dias sejam soprados pelo calor de uma saudade
torne-me um gesto, agasalhe teu sorriso,
e o peso dele em minha boca.
dispa silencio por silencio, invadindo as calçadas.
e tão urgente como o ar, me apaixone por você.
arremessando-me contra as linhas,
farta das palavras...