Corta-me do pulso de um poema
hoje a saudade não veio... mas a falta que a saudade faz domina o que me domina, como um pássaro que entra voando dentro da casa, impedindo-me de fugir. posso até sentir o vento das asas dele passando por dentro... onde é manso meu pensar, onde plantei um jardim de flor de origami e a imensidão encosta meus olhos na parede, e um novo amanhã me contornam como noite. mas há tanta neblina... que Deus, precisa de velas para acompanhar a solidão que vem respirar-me, cortar-me do pulso de um poema tantas vezes retalhado no desconsolo. é que a vida... a vida é de desmoronar. mas a morte... ah, a morte é um de nós.