PANTALONA

No azul-lilás da noite

sem medo da emoção,

dois corpos se encontram,

no limiar da razão.

E na tênue linha que divisa

o mar do céu estrelado

duas almas se entregam

no sussurrar da salina brisa.

E é clarividente, mesmo

sem a morna luz do poente

que duas mãos se procuram

num tremor que adrenaliza.

E quando menos se espera,

o amor vem à tona:

na areia,

tua pantalona.

Janeiro de 2006

Marcelo Lopes
Enviado por Marcelo Lopes em 29/05/2013
Reeditado em 04/06/2013
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