Prosopopéia

Prosopopéia

(A Carlos Pena)

Ontem entre o Paço,

A avenida Guararapes,

Este poema nasceu

Pelos bares e cafés.

Sem fazer apologia

As conversas facilitadas

Pela bebida, eu digo:

Viva a filosofia de mesa de bar.

Fui no Canto do Poeta,

Onde é uma espécie

De pequeno Museu

Em homenagem ao grande Poeta.

Estava lá o fantoche

Do poeta do azul,

Carlos Pena Filho.

Sentado à mesa

Numa prosopopéia

O inanimado se movimentou

E o discurso veemente

Cheio de ímpeto e ardor

O poeta recitou:

“...Por isso no bar Savoy,

O refrão tem sido assim:

São trinta copos de chope,

São trinta homens sentados,

Trezentos desejos presos,

Trinta mil sonhos frustrados”.

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José Calvino
Enviado por José Calvino em 29/05/2013
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