POEMA DE UMA TARDE CINZENTA

Já quis um dia escrever um poema

extremamente subjetivo

peguei papel e lápis

sentei embaixo do jambozeiro

disposto a contar-me tudo

inútil, um rabisco não saia

o que era pra ser um diálogo

num monólogo desenhou-se

não era Eu quem estava ali

era um eu que Eu não conhecia

Assustado amassei a folha

estava em branco, sem uma linha

Ainda não sei se sou Eu mesmo,

um espectro de mim ou

camadas de vozes em desarmonia.

Iris Rago
Enviado por Iris Rago em 29/05/2013
Reeditado em 29/05/2013
Código do texto: T4314499
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