Os meus poemas!

Os meus poemas

andam pelas ruas.

Por atalhos, becos, pardieiros

e vielas.

Andam nos sorrisos

das crianças.

Andam no desespero dos famintos.

Nos corpos desnudos que adormecem

nas enregeladas calçadas.

Andam nos dias escuros de chuva

cheios de friagem.

Andam no céu de nuvens negras

tenebrosas

Andam nas goteiras que deslizam dos beirais,

compondo a sinfonia da solidão,

da espera, do amorfo, do nada!

Andam nas manhãs, nas flores,

no badalar dos sinos

anunciando a hora da Ave Maria.

Andam nos casais de namorados

que segredam entre caricias juras de amor.

Os meus poemas

Andam nos beijos dos amantes,

nos gorjeios dos pássaros.

Os meus poemas andam em tudo que é vida.

E você anda em todos os meus

Poemas...