MUDANÇAS
As coisas permanecem iguais
Com o cavalgar das horas;
Os mesmos sonhos, Luas novas,
Manhãs de Sol, velhos ideais...
Nada mudou, senão eu,
Este íntimo desconhecido,
Que tantas vezes me esqueceu
Quando o que eu mais queria era ser querido!
Antes, eu me deitava com os olhos sorridentes,
Abraçava a noite, e beijava as estrelas distantes...
E luzentes!
Agora, eu me levanto à noite de repente,
Abro a janela, e vejo o mundo lá fora...
Tristemente!
Antes, as primaveras eram floridas,
E as flores desabrochavam odorantes...
E coloridas!
Agora, tudo soa diferente,
Tudo à minha volta chora...
Amargamente!
Desde as altas até às baixas esperanças,
Já vivi todas as procelas e bonanças!
Querendo muito, podendo pouco,
Ficando mudo, gritando rouco...
Nesse oceano, fui mudado pelas ondas que venci
E queimado pela ilusão incendiária de possuir!
Nada tive, senão miragens várias no deserto
E imagens refletidas na tela do pensamento;
Nada vislumbrei ao longe, ou reparei de perto,
Senão projeções do meu mutante sentimento!