D21 NEOPLASIA

D21 NEOPLASIA

Neo de novo.

Maldito novo!

Maldita inovação!

Que resolveu se revoltar.

Deu seu grito agredindo,

Usando a tinta de sangue,

Pintando a cama com suor,

Deixando brechas abertas.

Neo de novo.

Novo de jovem.

Mas estou velho,

Pior que estou só,

Levo nas costas a solidão.

A maldita genética que mata!

Correu-me as entranhas.

Nome em latim!

Nome em francês!

Nome em inglês!

Vejo fotos.

Leio artigos.

Desligo um interruptor de mim.

O que será de minha cadela?

Maldita célula genética.

Brechas!

Lagunas!

Hipóteses!

Tratamentos alternativos!

Intuitivos!

Neo de novo.

Plasia de forma.

Minha alma assume também outra forma,

Sem rezas para mim,

Estou aqui e seja feita a sua vontade.

Exames indo contra exames.

Sei o que não quer.

Sei o que não irei fazer.

Minha caminhada a mim me pertence.

Entro nessa com minha cadela,

Cadela que me dá forças de dragão.

Não me verão chorar.

Não me verão sofrer.

O velho matará o novo.

Vetusto versus neo!

Nego a genética que me criou.

André Zanarella 29-05-2012

Vetusto = Deteriorado pelo tempo; antigo, velho.

n.a. A série D foi escrita em 2012, o primeiro semestre do ano foi algo complicado em minha vida, como não queria preocupar ninguém esperei um ano para publicar.

Atualmente restaram as poesias que eu compartilho com os amigos que frequentam minha escrivaninha.

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 27/05/2013
Código do texto: T4311584
Classificação de conteúdo: seguro