Latente
Não adianta refugiar-se
Em um mundo de fantasias
E ilusões.
Formatar palavras
E sonhos,
Se ao olhar para atrás
Ver que nada mudou.
O efeito colateral
Da droga de uma vida
Mal vivida,
Continua latente.
Preste a contra-atacar
As pequeninas células
Que restaram enfrentando
Toda tempestividade,
Através do tempo.
De nada adianta fingir
Que o sonho não acabou.
Quando abrir os olhos
Encontrar diante de ti
O monstro da ilusão perdida
Com dentes afiados,
E língua lançando
Chamas de palavras
Que queimam como o fogo,
E cortam como o fio
De uma navalha.
Melhor seria ter vivido
A grandeza de um condigno AMOR...
A suavidade dos afetos
Compartilhados
Desvanecer-se com ternura
No após encanto.
Manter a fé e a esperança,
De que no final do túnio
Estaria a rosa azul.
Mas nada mudou.
Gracia fernandes