Cético
Talvez eu morra
De acidente vascular cerebral
Ou freada acidental
Talvez eu morra...
De tuberculose, bronquite, asma ou caxumba.
Talvez eu morra
Molhado ou queimado
Quem sabe enterrado
Talvez eu morra
De câncer ou cansado
Ou de um chute no saco
Talvez eu tropece e caia
Num puto prego enferrujado
Pregado num pau
Talvez essas duvidas se calam
E me encontrem em casa
Com a possibilidade final
Mas se acaso por ventura
Tenha morrido de qualquer outro mal
Obrigado a você, “bobo”,
Que leu esse poeta morto.