De Sempre Te Querer
Não me digas de esperas.
Quando o amor se anuncia
Sempre há uma urgência
De mãos que buscam palavras
Lábios que suspiram olhares
Abraços que tremem saudades
Ama-me agora
Que o corpo confessa tua falta
E o coração te escolhe como caminho.
Esvazia-me das tuas ausências
Habita a solidão dos meus beijos
Apossa-te dos meus devaneios secretos
Emudece os sons da distância
Esquece-te desta crença nos acasos
Não nos entregues ao abismo do talvez
Aos passos ensandecidos do tempo
Quando me falas, eu bem percebo
Que te provoco os dias, a calma
Desentende-te com teus silêncios
Resigna-te a admitir que minhas mãos
Envoltas em cheiros, sedas e versos
Afloram e instigam os teus anseios
Já me tens a alma com teu nome lavrado
Despe-me então, dos meus murmúrios e ais
Conjuga meus desejos indizíveis
Soletra minha pele com teus dedos
Não deixes que persistam vontades
Dilui-te em minha taça de êxtases
Ama-me agora, posto que sou mar
Tragada por teus braços e pernas
Deita teus cansaços em meu colo
Onde repousam ternuras e aragens
Deixa que minhas retinas
Te guiem para a vida e sonhos
Acolho tuas doçuras insones
Como quem precisa da eternidade
© Fernanda Guimarães