O CANTO DO PÁSSARO CEGO

Não posso ser tão triste! Que tristeza?

A vida é laço meigo em nós seguros!

Verdade, existem tons alguns impuros,

mas o que exala mesmo é só beleza!

Eu vou cantarolar felicidade,

comer o meu conflito impertinente,

roubar dos casarões da mocidade

os lustres do existir luminescente.

Aguardem! Eu serei feliz soneto

com versos melodiosos e rimados,

ao conseguir domar meu coração...

ao som do pobre passarinho preto,

que tem os seus olhinhos perfurados

para cantar mais lindo à escuridão.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 26/05/2013
Reeditado em 01/07/2013
Código do texto: T4309651
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