Desejos e Desvarios

De um desejo o sangue fluiu

aos pensamentos o suprassumo

e a alavanca então ruiu

os alicerces desse mundo.

De um desejo a vida escassa

eu nau em terra de oceanos

e carregou a foz de estrelas

o infinito dos meus anos.

Queria eu somente o brilho

de uma explosão de supernova

guardada assim em lamparina

junto aos espinhos de uma rosa.

Queria eu somente a alma

a ser vendida em holocausto

enquanto a carne apodrecida

de decompõe sob o basalto.

De um desejo o ensejo ambíguo

ao seus abraços sufocantes

que estala os ossos já sofridos

e o beijo rouba o que era antes.

De um desejo vozes e medos

de um amanhã triste e distante

onde padece o olhar no enredo

que lê a história à cartomante.

E o querer já não é só meu

é seu, é dele, é do universo

que dentre o caos se realiza

que entrelinhas envolve o verso.

E o querer é entrelaçar

minh’alma e corpo junto ao seu

e deslizar a tez macia

onde o espírito se perdeu.

E o querer transpõe barreiras;

transpõe as eras já vindouras

fundindo à alcova a brincadeira

brindando a noite assim sem roupas.

De um desejo o algoz veneno

de uma entrega que treslouca

todos sentidos e a libido

entre os lençóis da nossa pompa.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 25/05/2013
Código do texto: T4309002
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