Quase sem querer
Lá vens tu de novo
fazendo alvoroço
em meu coração...
Por onde andavas?
Onde estavas?
Fugiste da tua prisão?
Prendi-te no calabouço!
Sem pão nem água,
só desgosto e mágoa
te faziam companhia...
Enganaste a solidão,
seduziste a alegria,
fugiste sem deixar rastro!
Mas eis que te acho
quase sem querer...
Tão distraída estava,
nem vi tuas malas,
nem ouvi ruído,
nem vi tuas pegadas!
Se desse tempo
eu teria corrido...
Não sei por qual estrada,
mas chegaste
de mansinho
trocando tudo de lugar!
Estou em desalinho...
Não te vi chegar!
Agora o que fazer?
Te aceitar...
deixar coração bater
sair do peito
Não tem mais jeito!