Festa em Mim

A literatura, como árvore frondosa, me abriu os braços para sonhar. E nos seus galhospoesia pousei, pus-me a ousar. Ousar uma vida que não ouso ter.

O mundo perde a beleza e nos empurra para o ar, em busca de outro novo mundo, em que risos e sorrisos, braços, laços e abraços dança e canções se convergem num só passo e caminham em direção a um sol chamado viver. E nessa invenção, sou mais eu e sou o Outro, a relatar o indizível desse meu ser.

Sonho viver todos os sonhos sonhados em minha existência de sonhadora e galgar os degraus daquele céu, num só voo, além do dizível, em encantamento, amor, êxtase no ser.

A Poesia ensina-me a sonhar. Sussurra, nos meus ouvidos: "Vá! Vá! Vá!"

E eu vou. Seguindo vou em busca do seu eu cantante, a apaziguar o meu eu gritante... sempre a me consolar, a libertar-me das coisas comuns, desaprisionar-me do cotidiano que não me permite ser e sentir a profundidade do voo.

Encanto dos meus dias, a Poesia me faz, em mim, acreditar. Faz-me não querer desistir, faz-me querer prosseguir, continuar, caminhar.

Bendita Poesia de todos os meus dias, a fortalecer-me os passos, a sacudir meus momentos inertes, a balançar a minha desistência, até fazê-la inoperante e sem razão, e num trote ligeiro fugir, abandonar-me.

Bendita Poesia dos meus dias, a festejar-me, a fortalecer a minha fé, a ajudar-me a crer que devo, preciso, nesta estrada seguir, que posso o meu sonho, em realidade, encontrar.

Bendita Poesia, a eternizar-me os dias, a atemporalizar-me palavras, a coagular instantes e, assim, ensinar-me a aprender.

Intraduzível força da palavra, em compasso da emoção, a revisar, açoitar, acalentar corações... antítese em harmoniosa explicação... Poesia... razão(?)

Bendita Poesia, a instaurar, em mim, o fazer acontecer, a incentivar o jeito de ser, a alimentar-me e mergulhar-me em fontes do querer.

Bendita sois tu, Poesia, a transformar o meu nada em tudo, a convencer-me a apresentar-me a este mundo e... crer.

Eu, em ti: tu, em mim, subjetivando-me os caminhos, ressignificando o meu Eu tão sozinho, dando-me luz, visão, querer... (re) constituindo-me em ti, expressão infinita no meu ser.

Litlle Bird
Enviado por Litlle Bird em 25/05/2013
Código do texto: T4308656
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