NOITE ALTA
(Sócrates Di Lima)
Sozinho...
Um quarto,
Uma saudade....
Lembranças de mim,
Maldade,
Faço-me assim.
Não é dor,
Nem outro sofrimento,
nem tão pouco solidão.
Alguém me ligou,
Me chamou para uma balada
Aqui a coisa pega,
A vida noturna é jovem,
baladeira...
Tantos bares ali na esquina.
Mas o que me interessa?
Sair?
Beber?
Transar?
Não, não me basta.
Prefiro ficar em casa,
Um noite quase fria....
Um filme,
Um livro,
Uma taça de vinho,
Um queijo, pra acompanhar,
Ou um gole de cachaça!
Pra esquentar,
Que não esquenta,
Mas queima,
traz lembranças,
de tudo,
Até do absurdo...
Da madrugada...
Do Eu,
De algum lugar,
De alguem,
Que passou,
Que chegou,
Está chegando....
Saudade velha,
saudade nova,
Coisa boa,
Nunca chega atoa,
Que se renova....
Prefiro assim,
Sem masoquismo,
Do que arriscar lá fora,
E depois me entristecer,
Com o coração vazio....
Um telefonema?
Um torpedo,
Faz bem,,,,
Aquece do frio.
É noite alta,
Pensamentos voam,
Vão busar alguém,
Em algum lugar,
Aonde só eu sei,
E ela também,
Que penso nela,
Já falei,
E ela, está em mim a pensar,
O novo....
que vem,
Que está chegando,
Com o vento frio,
Que entra pela janela,
Trazendo uma nova saudade,
Um imenso desejo dela.
É noite alta em minha alma......
Tenho vontade.....
dela.....
...... que é você.