Eu, passarinho
Entre folhas e plumagens,
contemplo o céu.
E o canto que canto,
daqui desse canto,
esconde o meu pranto,
coberto em manto
de querer não chorar.
Nascente da vida,
ameaçada, ferida,
rolando por entre pedras,
redescobre, no voo
rasante, ligeiro,
o dom emanado,
quase sagrado
de cantar, cantar, cantar
E se o choro triste vem,
o canto levanto,
buscando esse pranto,
pra sempre exterminar.
Então... recomeço a voar.