DE MENTIRA ESTA VIDA


 

projetos muitos,
que duram pouco...
pretende-se ouro,
recolhe-se cascalho...

cuida-se dos dias
sem saber, sob neblina,
o que de certo se amanha:
a impermanência, o fim.

horas mortas,
vias tortas,
flores do mal
no jarro da vida...


sem luz nem perfume,
sem harmonia nem sopro,
elas ficam ali, sádicas,
a espreitar nossa sina...


iquebanas sem tradição,
toscas e mal espetadas
na esponja vermelha,
que se chama coração.

 

 

[Para Adah, poeta maior.]


foto: Roger Yall


 

KATHLEEN LESSA
Enviado por KATHLEEN LESSA em 24/05/2013
Reeditado em 28/02/2014
Código do texto: T4307464
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