VENTO FRIO
(Sócrates Di Lima)
Há um vento frio,
Vindo lá de fora,
Provoca um calafrio,
Que não vai embora.
Sinto um frio nostálgico,
Que me faz lembrar um tempo remoto,
Um momento mágico,
Que vem a mente em maremoto.
Não é brisa de tarade,
Nem maresia,
Nem brisa de saudade,
Nem de melancolia.
Talvez um frio de inverno,
Mesmo que aqui não se tem,
O aclor aqui é de inferno,
E eu não fui lá para saber, também.
Mas, sei que aqui é quente,
Como Cracatoa, o inferno de Java,
Que não mata a gente,
Mas no corpo toca e crava.
Olho pelas janelas,
Do alto do primeiro andar,
Na Rua caminhama elas,
Encolhidas até no andar.
Imagine so se aqui fizesse frio,
Como Belo Horizonte, o Sul e Rio,
No seu inverno de arrepio,
Que deixa lá fora quase tudo vazio.
Não sinto o frio do corpo descoberto,
Só sinto o frio da alma nua em cio,
A espera do sopro por certo,
Que aquecerá minha alma do vento frio.
Então esse vento que parece frio,
Não é o frio que no invervo hiberna,,
É a falta do abraço demorado daqueles que nunca se viu,
Que aquece o corpo e a alma numa caricia terna.
Que venha de algum lugar,
Esse calor que arranque o calafrio,
E uma boa oportunidade pra namorar,
Para me aquecer desse interno vento frio.