Transmutado à Madrugada

Eu já não sou o mesmo

e na madrugada a esmo

o corpo se contorce

da dor que é tão real

e atravessa a noite

e rasga a mente o pânico

do dia amanhecendo

e a luz nos olhos vítreos

corrói minhas pupilas

que frágeis e purpurinas

refletem a lamparina

que crepita ao coração.

Eu já não sou eu mesmo

e no universo a esmo

a mente se contorce

nessa transmutação

de versos alquimistas

colhidos nos orvalhos

repletos do mercúrio

que cessa nos murmúrios

da foz dos pensamentos

e num vazio momento

a alma se apruma

e se esvai em meditação.

Eu já não sou eu mesmo

e na poesia a esmo

as letras se contorcem

no anseio e solidão

da estrela em lume opaco

e a voz do peito parco

sussurra entendimentos

num breve firmamento

de azul raiz profundo

que engole o meu mundo

que é pura fantasia

que é o verso em maestria.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 24/05/2013
Código do texto: T4306830
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