Olhar na Vidraça

Pela vidraça o olhar da flor saudade

um tanto nostálgica em uma recordação

correndo algures pela apreciação

de um sentimento de sinceridade.

E do outro lado um jardim seco ranzinza

sem mais delongas somente a água rara

que lava a alma de uma rosa em despedida

e que reflete na vidraça um breve adeus.

Sonhos partidos que destemidos ganham o mundo

levando a fome e o desejo de oscular

a tez tão pálida e já tão morta do seu perfume

que nas minhas quimeras fazem-me divagar.

Tão breve foi o tempo daquele abraço carinhoso

agora é um vendaval de um olhar triste ou jocoso

de uma partida, da despedida, da morte certa

daquele gosto que agora a boca é tão incerta.

O olhar pasmo e os passos longos pela vidraça

no coração um breve ardor pela partida

no leste o sol raia distante e até fulgurante

e na alma a luz se põe e esconde o pranto.

Sonhos partidos que foram idos sem sensações

deixando entalhes com mil detalhes, recordações

e da vontade que foi pungente agora escura

pelas vielas da solidão em dor tão crua.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 24/05/2013
Código do texto: T4306829
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