Baile de Sangue
Sangue, sangue
que se esvai de suas veias pálidas
como uma efígie que se petrifica
ao sabor do tempo sem recordação
Sangue, sangue
quente e lascívo que outrora
pulsava de um coração já negrume
jorra na correnteza da perdição
Sangue, sangue
que já não cora o rosto angelical da virgem
de tez branca e de mãos delicadas
onde um dia sua beleza serviu de inspiração
Sangue, sangue
que inunda os lençóis de cetim vazios
de uma cama que um dia sentiu o seu calor
hoje está derramado comemorando o baile de sangue
pelo chão