Baile de Sangue

Sangue, sangue

que se esvai de suas veias pálidas

como uma efígie que se petrifica

ao sabor do tempo sem recordação

Sangue, sangue

quente e lascívo que outrora

pulsava de um coração já negrume

jorra na correnteza da perdição

Sangue, sangue

que já não cora o rosto angelical da virgem

de tez branca e de mãos delicadas

onde um dia sua beleza serviu de inspiração

Sangue, sangue

que inunda os lençóis de cetim vazios

de uma cama que um dia sentiu o seu calor

hoje está derramado comemorando o baile de sangue

pelo chão

Kaynne
Enviado por Kaynne em 24/05/2013
Reeditado em 30/05/2013
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