CAVACO
Chapéu de palha na cabeça,
Bigode à Nietzsche...
Ele entra cumprimentando:
“Bom dia, tchê!”
Respondo ao cumprimento
E ele se debruça no balcão.
Chegou recém da fazenda...
“Dá cá um São João!”
E toma o conhaque de um só trago.
“Põe outra dose, guri”
Ordena, com voz de Garibaldi
E olhos de bem-te-vi.
É homem já velho, calejado, miúdo,
De pele tostada pelo sol na lida...
De quando em quando vem à cidade,
“Desfrutar os prazeres da vida!”
E vai-se alegre às novidades
Dos salões e das casas de Baco...
O nome real eu nunca soube.
Chamo-o, como todos: CAVACO!