Do crime contra a coerência

Dispararam contra a vírgula,

torturaram a coerência,

deram liberdade plena as letras

(agora qualquer uma serve

em qualquer palavra ou oração).

A regra virou escrever de acordo com o fonema.

Foda-se se o sujeito é determinado,

pois a vergonha é sempre oculta.

Não importa o dinheiro gasto

e o tempo despendido (ou seria "dispendido"?),

nas escolas e nos bancos acadêmicos.

Português é divindade de outro mundo,

e errar quase sempre soa ser humano.

Quase sempre!

Fernando Vargas
Enviado por Fernando Vargas em 24/05/2013
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