O Tom Invasor
Algo me invade e perturba
Meu corpo já quase adormecido
Algo que entra e retalha
Feito uma faca amolada
A carne da minha alma
Uma coisa que me trespassa
Feito uma bala perdida
E que se aloja em meu peito
Feito algum vil parasita
E se inocula em minhas veias
Feito veneno de víbora
É o bafio perene
Da boca muda da noite
Cantando sua elegia
Esta bocarra medonha
Que crava em meu pensamento
Os dentes da poesia.