PASSADO IMPERFEITO
Pudera eu fechar meus olhos,
Pisar o acelerador do tempo
E no trágico painel do cotidiano
Fazer trancar os ponteiros da rotina
E fluir no espaço...
...como um estilhaço!
Fiz previsões com parcos talento
Iludido por sonhos que pus num trono
Para coroá-los com a realidade.
Mas a minha insegurança os reprovou
Talhando com punhais da solidão
Restando somente fragmentos da vida
De uma criatura que o mundo esqueceu.
Ah! Se eu pusesse adormecer agora
E, num profundo sono, sem sonhos
Esquecer outrora,
Dar um aceno de adeus ao mundo,
Evadir-me em um segundo
E para o nada de onde vim,
Ir embora!