A OUTRA MARGEM
Na outra margem do rio, moram sonhos impossíveis
Moram velhos vaticínios, mora um sorriso aprazível
Mora um olhar amigável, e a alegria indizível
Refletida na retina dos olhos embevecidos
De angústia e solidão, que olhando a imensidão
Fitando o longe e o nunca, enxergam maravilhados
O deleite da paisagem, que brilha do outro lado
Que mora na outra margem.
Mas a correnteza bravia
Grita sempre aos meus ouvidos, o mesmo e eterno estribilho
Dos lamentos doloridos, que ecoam no chão vazio
Do oco, do nada, do vão, do espaço surdo e sombrio
Dentro do meu coração.