vertigem
- Oi, Priscila !
- Oi, Alex, tudo bem?
- Tudo, senti sua falta na viagem.
- Foi ótima! Viu a roda gigante?
- Vi sim, grande. Foi nela?
- Claro que fui. Até tirei fotos.
- Eu vi, pensei em comentar
- E por que não fez?
- Sei lá.
- Não vai me convidar para um café?
- Claro, claro que sim.
- Então chame
- Você quer...
- Lógico que sim, estou louca pra te conhecer.
- Que gostoso, você dizer assim, abertamente.
- Ah, eu gosto de falar o que sinto.
- Penso ser assim também.
- E ai, fez um poema mais alegre?
Porque aquele era muito melancólico.
- Escrevo muita coisa melancólica.
- Mas não gosto de coisas melancólicas acho triste.
Quero alegria!
- Tenho um mais alegre.
- Então me mostre,
- fiz pensando em você.
- Sério!?
- Sério. É meio pecaminoso.
- Eu gosto, desde que tenha sutileza.
- Tem sim
- Então mostre ( rindo )
da noite
Do teu corpo
De pernas e ternuras
Eu sinto tua palavra
tua flor noturna
Teus seios de Afrodite
Tua pele morna de fruta
Teu sumo na noite
Teu grito gemido
A tua laguidez sonora
Tua beleza furtiva
e o teu amor, vivo e contido.
Prender-me no teu ventre
Apertar-me no seu veneno
E dessa vertigem
ser
ser alimento