Traços de palavras
Não sou um assassino da linguagem
Com as palavras traço os meus destinos
Delas tornei-me um peregrino
Com meus atos é que decido
E os faço com os fatos que escrevo
Desatinos de minhas imagens
Se no meu peito arde
A ânsia de escrever
Faça-o agora antes que seja tarde
Talvez me falhe a memória
Se corretos, verdades ou erros
É o desejo do acerto
Se algo tenho a dizer
Que seja na hora
Pois se errado ou certo
Pouco importa
O importante é não esquecermos
Que fazemos parte da história
Da escrita tornei-me escravo
Com ela dou asas à imaginação
Com lápis e papel na mão
Vivencio minha emoção
Gravo as lembranças do passado
Mesmo que façam doer o coração
Trago na mente recordações
Apego das coisas sentidas
Isso não me glorifica!
O essencial é que foram vividas
Se alegres ou sofridas
Fizeram parte da minha vida
Quando ao mundo vim
Mesmo com tanto zelo, teria um fim
Se algum legado terei que deixar
Certamente será o que já fiz
Pois, o que ainda não construí
Um dia, alguém irá realizar.