De carne, abstrato e fato.
O espetáculo do diálogo perfeito
Onde surge, não sei.
Quando surge, pasme.
Ambos se respondendo,
Como se combinassem
De se complementar
Com gestos, sorrisos,
Todos entregues com palavras
Que soam como pequenas explosões
Dentro de nós, estas explosões:
Nossa voz, a outra voz e o acaso.
O que dizer, quando o palco
É o mundo da descontração?
Vida real, um bar, um motel, as ruas
Pessoas sujas de erros
Cortadas por laminosas palavras
E cicatrizadas por outras brandas
O gesto da linguagem, a sincronia
A dança perfeita dos espíritos
No vasto de chão flutuante
A chave é dizer
O que em mim toca você
Já que há tempos mergulhei
Nos sonhos que projetei
E qual você era o enredo
Enfeitado de segredo e medo
De carne, abstrato e fato.