ah essa maldita dor no peito
ah essa maldita dor no peito
que me arranca o sossego
e trôpego ando
e vejo o que não vejo
e sinto o que não desejo
e me arregaço
aos confins de mim mesmo
ah essa maldita dor no peito
que me escurece as vistas
me seca os rios por dentro de mim
como os açoites dos devaneios
noturnos e soturnos
como os sonhos íngremes
que me fazem dobrar os joelhos
ah! essa maldita dor no peito.
ah! essa maldita dor no peito!
ah! essa maldita dor no peito...
que faz escorrer dentro de mim
riachos lamacentos
insossos intactos
moribundos
como vagalumes sem lumes sem rédeas
como pavio curto sem gás sem nutrientes
sem ventos nas curvas
dos segredos
que eu escondo
nos varais
sem sois
sem luas
sem esquinas
ah! essa maldita dor no meu peito