QUASE MORRI
(ESTE TEXTO FOI ESCRITO APÓS UM ACIDENTE QUE ME OCORREU NA MANHÃ DE 16/05/2013)
Quase morri
Quase, morri
Mas não foi morte de forma figurada
Dessas que nós, poetas
Morremos a cada dia
A cada estrofe
A cada linha de nossas
“Escrevinhações” às vezes sem graça
Quase morri
De verdade
Quase morri
Aquela morte temida por todos
Que nos leva para sempre
Para não se sabe onde
Aquela morte
Que nos transforma somente em lembranças
Em fotos amareladas
Jogadas no fundo de uma gaveta
Ou em algum HD de um PC
Quase morri
Não tive medo
Mas não queria
Não queria ir embora
Não queria deixar as pessoas que amo
As pessoas que me fazem feliz
Quase morri
Vi a senhora morte bem de perto
Senti-a tão perto
Que vi seus olhos
Frios a me observar
A me esperar
Quase morri
Quase, morri
E a ultima coisa que vi
Naquele que poderia ter sido meu ultimo instante de vida
Foram os olhos da minha esposa
Assustada
Com medo
Angustiada
Mas vi também
O amor
Todo o amor que sentia por mim
Naquele momento
Pensei
Que não seria tão mal assim
Morrer ao lado da pessoa amada
Da pessoa a quem escolhi viver toda a minha vida
Quase morri
Mas
Mas apesar dos momentos angustiantes
De medo e temeridade
Não morri
Ninguém morreu
De repente algo aconteceu
Algo estranho
Mas real
Sobrenatural, mas
Presente
Eu não morri
Não por mim
Não tive tanta força assim
Mas,
Não morri
Aquela força sobre-humana
Envolveu-nos, me envolveu
Fez-me tirar forças de onde não tinha
Deu-me a esperança já perdida
Então,
Um milagre aconteceu
Pois, estou aqui
Graças a Deus!
Marc Souz