O anjo torto

Não tenho medo

Pois já nasci morto

Um homem torto

De média estatura

Que come ferro,

Aço e muitos conservantes

E que dirige

Em distância segura.

Não sou parado

Pois nasci elétrico

Nas minhas veias

Corre gasolina

Na escuridão

Não perco meu caminho

Tenho neon

No lugar da retina.

Eu sou calado

Não há nada a ser dito

Também pudera

Sou da geração errada

Os novos ídolos

São bonecos coloridos

Que falam muito

Mas não dizem nada.

Eu ouço muito

Até o que não devia

No meu dia-a-dia

Em toda e qualquer hora

Os carro passam

Volume lá cima

Seria música

Ou poluição sonora?

Não tenho medo

Dessa vida inglória

Ao fim do mundo

É que estou fadado

Minha geração

Já nasceu sem memória

E eu ainda

Não estou acostumado.

Não tenho medo

Pois já nasci morto

E o anjo torto

Que seguiu Drummond

Segue-me agora

E tenta convencer-me:

O teu destino

Ainda pode ser bom...

Weverthon Siqueira
Enviado por Weverthon Siqueira em 20/05/2013
Código do texto: T4299469
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