Silêncio

Cubra-me de silêncio

do mais profundo calado

e mudo silêncio que há.

Não me apoio no ruído

do grande estalido

da língua que se move

frenética dentro da boca.

Nem me comove

as longas histórias

por ventos trazidas

no ar espargidas

dos tumultos de outros.

Que tudo que ouço

de tão tendencioso

não intenciono carregar.

Pois se tu não suportas

as tuas ruas tortas

tão pouco dobrando

a minha esquina escura

lanterna haverá.

Então que tu partas

com o silêncio que há

com o estalido

da língua dentro da boca

e não me comove

nem quero carregar.

Anaís
Enviado por Anaís em 19/05/2013
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