transTORNADOS poéticos (um poema do DOUTOR LAO)
(a Tânia Meneses)
Meus órgãos sensoriais,
entre ré e lá,
conhecem uma nota a mais
que toca meus acordes coronários
e vibra meu eterno cordão umbilical.
Então,
meu eu-lírico
dialoga num acordo cordial
com seres oníricos.
Desse contato
sugiro mais do que digo de fato.
Meto fora o que não é metáfora.
Lavro um vernáculo inteiro
no tubérculo da palavra.
No meu canto, eu(macho)femis-mica-mente
amenizo os transtornos.
Ponho os termos no torno,
entorto-me todo
para tirar o sumo do raro.
Ou exagero o trivial,
faço da faísca um farol
que ilumina esse imenso mar
emblemático, tenebroso, revolto.
Quase me salvo no limiar.
Depois volto de n(ovo),
árido e ávido
sedento de versos.
Publico também nesta página o comentário que fiz ao Doutor Lao (na página dele), onde está o poema que me dedicou:
Ah, vejo e leio uma página desta! De transtornar de tudo tão lindo! Melhor eu dizer coisas assim, meio disparatadas, transtornadas. Escrevo e deleto, torno a escrever, torno a deletar. Sabe por quê? Porque além de me meter a dizer que sou poeta, não tenho fundamentação para falar de sua ciência. Vê como não digo coisa com coisa? E a cada palavra que tento dizer, eu penso no que ela pode se tornar uma inimiga. Descobri que palavras são ciumentas. Então, elas colocam a gente no aperto. Tento afastar as palavras mais afoitas e digo apenas que sua página é linda, que seu poema é magnífico e que eu sou uma pessoa a quem os anjos resolveram prestigiar, pois avistar meu nome aqui é pura bênção poética. Abraços emocionados, muito emocionados.
***
Pisando forte no freio da emoção! Que duplo privilégio poético nesta página . Outro presente de poesia: o do poeta HERMÍLIO PINHEIRO DE MACÊDO FILHO:
TANIAMENESIANOS
Os versos tanianos
São versos dela
Mas também cecilianos
Ou tais como os de Florbela.
Taniamenesianos,
São voos em diversas vezes
Nas folhas soltas dos meses.
Livres, sem a pontuação do anos,
Os versos menesianos.