EXISTÊNCIA
Nascer
Viver
Sonhar
Chorar
e morrer...
Libertar-se
de entranhas escuras
e desfrutar o mundo, a vida,
sentir o calor do sol,
a brisa do vento
e dizer aos brados
eu vivo! eu vivo!
Misturar-se à multidão,
imaginar castelos encantados
baluartes de ilusões,
ver-se em cortes colossais
de risos e de alegrias
e surgir então
o primeiro obstáculo - retrocesso
a primeira dor - lágrimas
ideais partidos, sonhos desfeitos
noites eternas, sem estrelas
e estar só...
só nas trevas da vida
perdido de si mesmo
cansado da existência vazia
desejando mais uma vez libertar-se.
E vem a morte.
Morte, nem sempre de corpo,
antes, de espírito
e permanecer vagando
por entre os escombros do mundo
alheio à vida,
espectro ambulante.
Enfim, morrer de essência dizendo
liberdade... liberdade!