PESADELOS
Pelo dia desliza o destino à deriva
Silencioso bandido fugaz
Que cerceia o brilho da paz
Ao sabor da corrente e da brisa
E nas armadilhas da noite
Se arriscam as almas vadias
Sob as sombras azuis de vãs alegrias
Todo o tempo entre o fogo e o açoite
Nas madrugadas agoniza a dignidade
Pelos becos e vielas da paixão
Naufragas nos braços da ilusão
Nos rotos e gastos disfarces da verdade
Nas cinzas manhãs abortadas
Pelo tempo vulgar e ateu
Nascem os anseios sem deus
Rosas inglórias e desbotadas.