O PAPEL DO CAULE
Nem sei se ainda existe
a árvore onde escrevi
um sentimento.
Eu mesmo mudei com o tempo.
Não tatuei o corpo,
mas a alma quando a conheci.
Como você, querida árvore,
experimentei muitas estações.
Demorei um pouco no outono.
Algumas primaveras me marcaram
e os invernos mexeram
no meu jeito de ser.
Se ainda está viva,
vivo estou para olharmos
um no outro, e juntos,
rememorarmos tempos inesquecíveis.
Muitas folhas se foram e algumas fotos minhas também amarelaram.
Nesse instante também me sinto árvore. Volto às minhas raízes.