Poesia Bruta
Rodeada de livros
De poetas, de pedras
fico só e pensando
É de enlouquecer
Onde será que escondi
o meu poema real?
Nele falei de amores
de encontros, desencontros
de beijos na boca
de pores do sol.
Continha até um perfume marcante
um esboço de flores
o adocicado do mel
Meu poema era ameno
Apesar do amor obsceno
Apesar do irreal
Cismo. Não virou fotogravura
Não atravessou a rua
Não se escondeu no quintal
Foi-se, talvez. Como outros tantos se
foram em busca de um novo farol.
Transporto-me então às outras vias
Suspiro. Nenhum outro será igual...