Uma menina
Ramo de flor preso na mão,
Ela estava quieta,
Estanque entre o passado
E o futuro.
Tinha medo de que
Um movimento
Desmanchasse a realidade,
Tinha medo da saudade.
Em volta, o tempo crescia,
Mudava,
Envelhecia,
Mas não a menina!
Na pele do braço,
Uma palavra tatuada,
Na menina dos olhos,
Uma imagem bordada.
Pintura da alma
Em cores suaves e calmas,
Uma menina frágil e forte
Que o vento desmancharia,
Mas jamais destruiria!
Seu pó de menina
Ficaria para sempre
Voando pelas estepes,
Ao sabor do vento,
E sua voz encantada
Seria ouvida
Pelo transeunte que tivesse
Uma alma
De olhos azuis.
*
Imagem: um presente de Lady Laura, a quem dedico esta poesia.