sadismo
Silêncio da vida
E seu contrapeso
Erupção na barriga
A vida borbulha
Enquanto eu finjo
E me empanturro
De palavra
Meu canto fala
De tudo, da escada
E da brisa,
Menos do amor
Que me perdeu
Que me esfaqueou
Numa tarde de pânico
e volúpia
Fissura e meandro
é o que me guardo
quando queria apenas ser feliz
Esse dia amontoado de móveis velhos
E rostos famintos, de gente tedioso
De corpo fantasma
Gente com cara de medo
de jarro sobre a mesa
ornado de varejeiras
e sobre a tarde,
esse vômito
que na goela anuncia
o sadismo do tempo