Nós
O tédio entra em mim pelos meu olhos
Pelos ouvidos, tato e paladar
Eu sinto o cheiro agridoce do tédio
E eu sinto o tédio me paralisar.
A solidão minha eterna companheira
Com seu abraço frio quer me confortar
Um arrepio sobe pela minha espinha
E a lareira já não pode me esquentar.
Eu sinto o frio dentro do meu peito
Um frio que arde e queima como fogo
Maldita noite que deixei você entrar
A maldição foi ter entrado no seu jogo.
A noite avança, vai-se madrugada adentro
E aqui as horas vão passando lentamente
Tento esquecer seu rosto lindo e traiçoeiro
Tento dormir pra te esquecer inutilmente.
Onde estará você? Em que cama aquecida?
Será que está com outro em outros lençóis?
Eu choro, eu grito, eu sofro, eu imploro
É tudo "eu", porque já não existe o "nós"...