Garuda
no arame equilibrista
a paisagem enfumaçada baila
No risco reto e duro da tirolesa
E eu inferno, eu medo
E o meu coração agarra
E minhas mãos imploram
Desça-me, oh, Zeus,
Faça-me apenas um poeta
Um dionisio bêbado e moço
De pés fincados na terra
e de minhas costas nascem
asas, e o céu se abre como
uma moça no cio, e minhas
mãos crescem garras, e meu
corpo, então imberbe, é negro
e bruxo: (sou o pássaro Garuda)
e a minha língua firme e
venenosa, rasga a realidade
e fala da pedra como uma
(verdade)