APORTES
Minha fuga é nesses andaimes cibernéticos,
Alicerces na beira-mar
Efêmeros sustentáculos que as ondas beijam
Incertamente,
De quando em sempre,
Quase ao acaso.
Néscio que sou dos meus versos
Não achei lugar melhor para aportar.
Aqui deposito minhas palavras,
Arroubos de mim e do mundo,
Clarividências, assombros,
Tudo.
Fiquei nesse vai e vem que se arrasta
E carrega, cavouca sem pressa
O meu túmulo,
Coisa pra se resolver com o mar
Com a onda, com o vagar que sou.
Meu porto é aqui, nesses andaimes
Ancorado à beira de mim, num todo.
(1º Lugar – MEDALHA DE OURO – Concurso Literário da Academia de Medicina da Bahia – 2002)