Existencialismo
A maré em suas agitações intermináveis
Bradam pelo socorro numa suave
Profundeza quieta de sua superfície,
Acalanta a bravura inóspita
Num ato quase tácito de sua aspiração.
Percorre em todo sentido numa perspectiva
Quase questionável pela dúvida
De seu ser pelo estado estático
Ao decorrer de um movimento
Semelhante ao de outros tempos,
Mesmo em mudanças correntes à exalação
Daquela falta que faz ao vazio de um vaso,
Ao sentimento imóvel, ao sonho sem destino...
E ao caminho de uma procura eterna
Por alguma essência sem cura,
E a ausência de uma carência desfigurada
Atravessa, sem questionamento, a barreira de qualquer obstáculo
A procura de algum ser próprio.