Cárcere
Numa noite fria e trépida
Repouso meus olhos no céu estrelado.
Meu peito a si mesmo encerra
Num quarto escuro e mofado.
Decerto, aqui é o meu lugar.
Os meus dias são de noites,
Minhas lágrimas de pedra,
Meus anseios, açoites
Que minha própria alma conserva.
Não quero nada além do que me é dado,
Nem almejo o que fui privada de ter.
Não quero ouvir linguajar rebuscado,
Apenas o sussurro do "ser".
Ser,o qual também não faço questão.
Quero o silêncio que se alinha
Nas entrelinhas
Dessa minha reclusão.